A terceira via ganha força
Desenvolvendo uma briga sem trégua com alguns adversários reais e outros imaginários em meio a uma tragédia que nesta semana chegará a 300 mil mortes no Brasil, 15 mil delas no Paraná, o presidente Jair Bolsonaro começa a dar sinais de concreta fragilização de seu projeto reeleitoral.
Mas isso, de acordo com diferentes pesquisas de opinião divulgadas nos últimos dias, não tem feito aquela fatia do eleitorado sem posição política firmada neste momento crucial da vida nacional fitar com olhares de simpatia ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao contrário.
Novos números divulgados nesta segunda-feira (22) pelo Instituto Paraná Pesquisas, por exemplo, mostram que a polarização entre Bolsonaro e Lula, antecipada pela decisão do ministro do STF Edson Fachin de dar uma espécie de atestado de boa conduta ao ex-presidente, não está favorecendo eleitoralmente nem um, nem outro.
O conceituado instituto curitibano fez a 901 eleitores do País todo a pergunta "Atualmente, o(a) Sr(a) se considera mais bolsonarista ou mais lulista?" entre segunda (15) e sexta-feira (19) da semana passada e obteve os seguintes índices: Bolsonarista 27,6%, Lulista 22,3% e Nenhum dos dois 46,3%.
A leitura sem paixão desses números aponta para o crescimento da fatia do eleitorado propensa a optar por uma terceira via na próxima eleição presidencial. Os interessados, portanto, que se credenciem, mas que se preparem para ter a vida passada a limpo, pois os brasileiros amadureceram muito politicamente de duas décadas para cá. (Fotos: Walter Campanatto e Antonio Cruz/AGBR)