Plantio direto: uma inovação do Paraná que ganhou o mundo
O Paraná teve protagonismo não apenas na técnica de semear sem revolver o solo, mas também na construção de um modelo conceitual e na consolidação de um sistema integrado de práticas agrícolas que hoje é referência no mundo inteiro. Essa é a principal conclusão do artigo científico "No-tillage system: a genuine brazilian technology that meets current global demands", publicado na prestigiada revista "Advances in Agronomy" e que traça um panorama histórico e técnico sobre o surgimento e a disseminação do plantio direto na agricultura brasileira.
A técnica começou a ser empregada na propriedade do produtor Herbert Bartz, de Rolândia, ainda na década de 1970, com o auxílio de técnicos do antigo Ipeame (Instituto de Pesquisa e Experimentação Agropecuária Meridional), órgão vinculado ao Ministério da Agricultura e antecessor da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
"Ao longo do tempo, percebeu-se que não bastava suspender o revolvimento do solo. Era necessário diversificar culturas, manter a cobertura vegetal constante e promover um sistema mais equilibrado e resiliente", explica o pesquisador Tiago Santos Telles, do IDR-Paraná, um dos autores do artigo. "Esses princípios são indissociáveis para que os benefícios sejam plenamente alcançados, tanto em produtividade quanto em sustentabilidade", ressalta.
Além de Telles, compartilham o artigo os também pesquisadores Fuentes Llanillo, Ruy Casão Junior, Marie Luise Carolina Bartz, e Ricardo Ralisch. O texto está disponível, em inglês e mediante assinatura, no site da revista, mas os interessados em saber mais sobre a história do plantio direto têm como opção em português o livro "O Brasil possível", biografia do produtor Herbert Bartz escrita pelo jornalista londrinense Wilhan Santin e que pode ser adquirido AQUI. (Foto: IDR-Paraná)