Ainda não é hora de relaxar
Infelizmente, uma parcela considerável da população trata da pandemia com enorme irresponsabilidade. Foi o que ficou comprovado no primeiro fim de semana após o relaxamento de algumas medidas em Cascavel, onde a Polícia Militar teve que intervir para dispersar pequenas multidões em diferentes locais, um dos quais reunia cerca de 120 pessoas bebendo durante o toque de recolher (que permanece vigente) sem dar a mínima para algumas regrinhas básicas, como o distanciamento social e a necessidade do uso de máscaras.
Os números da semana passada mostram que Cascavel superou o pior momento da pandemia, mas isso não significa que um período ainda mais grave não possa vir se os devidos cuidados não continuarem a ser tomados, o que é indispensável até que a cidade tenha imunizado ao menos 70% de sua população. E esse índice vai demorar um bocado a se levar em conta que a semana começou com a campanha de vacinação da primeira dose novamente suspensa por falta de imunizantes.
Diante desse cenário, uma vez mais cabe aqui uma crítica aos “cientistas" do subjetivismo, que usam as redes sociais para minimizar a gravidade da pandemia como se a medicina e a ciência estivessem mentindo. O negacionismo é tamanho que faz com que muitas pessoas mantenham os olhos vendados para uma obviedade cruel, que até agora causou pelo menos 353 mil mortes no Brasil, 19 mil delas no Paraná.
Para reforçar a gravidade do cenário de nosso Estado, é importante chamar atenção para o fato de que, conforme dados dos Cartórios de Registro Civil, as mortes causadas pela Covid-19 no Paraná nos 11 primeiros dias deste mês de abril (1.844) superararam os nascimentos (1.765). E vale lembrar que em março passado os números foram muito parecidos no Estado, com 11.724 mortes para 12.957 nascimentos.