Coopavel Ano 38: Parada Paz no Campo rejeita a violência
A vigésima edição do Show Rural Coopavel, adiantada para o período de 28 de janeiro a 1.º de fevereiro, contou com 320 expositores e 180.729 visitantes em seus 72 hectares de área, nos quais foram apresentados cerca de cinco mil experimentos com exemplos práticos e demonstrações de tecnologias corretas para comparar com as incorretas.
A Embrapa se destacou com sua vistosa casa instalada na mostra, assim como o Instituto Agronômico e a Emater mobilizando seus profissionais para a apresentação de experimentos e tecnologias para as culturas de feijão, soja, milho, algodão, além de adubação verde, plantio direto, inseticidas, fungicidas, adubação de base, adubação em cobertura, adubação foliar e na semente, tratamento de sementes, controle de plantas daninhas, tecnologias de aplicação e tipos de bicos para aplicação; manejo de pragas e doenças.
Na área de pecuária foram apresentadas tecnologias sobre pastagens, confinamento, pecuária de corte e de leite, ovinocultura, manejo de suínos, silagem e integração da lavoura com pecuária.
Na área de exposição de máquinas e implementos agrícolas, pontificaram as novidades em colhedoras, tratores, semeadores, pulverizadores, implementos de preparo de solo e para pastagens, além de regulagem e o uso correto de máquinas e implementos.
Repúdio aos conflitos
Em 8 de maio, milícia paramilitar supostamente formada por ruralistas radicais atacou e destruiu instalações do acampamento do MLST na Fazenda Bonsucesso, inclusive pondo abaixo uma escola e a igreja.
Para deixar claro que o ciclo de crimes no campo não contava com o aval dos ruralistas em geral, interessados em trabalhar sem conflitos, nesse mesmo maio aconteceu a Parada Paz no Campo (registrada nesta foto de Vanderlei Faria).
Para as forças vivas do empresariado, Cascavel precisava valorizar o que tem de melhor. Em 12 de junho, o presidente da Acic, Valdinei Antonio da Silva, declarava: "O município é referência em saúde, na prestação de serviços, nas áreas do ensino e do agronegócio. Cinco das 50 maiores empresas da cadeia dos setores primário e secundário do Brasil estão em Cascavel".
Em julho, em mais um exemplo de unidade, os ruralistas cascavelenses, em parceria com a Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná), realizou em Cascavel o 1º Encontro de Avicultores do Paraná, reunindo cerca de 350 produtores.
Prêmios em sequência
Em agosto, destacando-se entre 82 cooperativas de 14 estados que concorriam com 118 projetos, todos de grande importância, a Coopavel recebia em Brasília o Prêmio Cooperativa do Ano em Inovação Tecnológica, por seu sistema de logística de transportes por GPS.
Iniciativa da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) e revista Globo Rural, em sua quinta edição o prêmio passou a ser considerado o "Oscar" do cooperativismo brasileiro, com o objetivo de valorizar iniciativas tecnológicas, administrativas, corporativas e sociais bem-sucedidas no setor rural.
Ainda em 2008, a Coopavel foi eleita a Cooperativa do Brasil em Educação, Formação e Informação, a única do Paraná a ser destacada pelo Anuário Brasileiro do Cooperativismo da Mundocoop, destacada revista do setor.
Crises e mais crises
O mundo já vivia a pior crise depois da II Guerra Mundial. Iniciada em julho de 2007, a crise dos suprimes levou vários bancos para uma situação de insolvência, repercutindo fortemente sobre as bolsas de valores de todo o mundo.
Com a síndrome dos governantes brasileiros de minimizar problemas, colocando-os no diminutivo para não precisar resolvê-los, o presidente Lula da Silva qualificou a crise de "marolinha".
Supondo que ela não afetaria o Brasil porque o governo promoveu cortes de impostos e incentivou o consumo, plantou a recessão que levou ao estelionato eleitoral de Dilma Rousseff e à sua posterior queda via impeachment.
Sempre mobilizados a qualquer desvio de conduta do governo, o Sindicato Rural colocou a União e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no banco dos réus.
"Diante da revolta dos triticultores com a falta de cumprimento dos compromissos assumidos pelo governo federal, o presidente Nelson Menegatti deu entrada na 8ª Vara da Justiça Federal, em Curitiba, com processo reivindicando o pagamento dos preços mínimos justos referentes às safras de 2003 a 2005, porque o valor anunciado não foi cumprido" (Sindicato Rural de Cascavel, Uma História de Paz, Produção e Progresso). (Leia amanhã: Minimilho e leite farto)
Fonte: Projeto Livrai-Nos!