Prioridade da agropecuária é o mercado interno, diz ministra
O bife, a carne de panela e o frango a passarinho estão caminhando para se tornar itens proibidos no almoço e no jantar do brasileiro. E o tradicional churrasco de fim de semana, ainda mais. O motivo reside na disparada dos preços das carnes, motivada pelo crescimento recorde das exportações principalmente para a China.
A Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne) estima que os embarques para o exterior devem atingir 1,828 milhão de toneladas em 2019, ante 1,643 bilhão em 2028, o que deverá render ao País uma receita de US$ 7,45 bilhões.
Maior exportador de carnes do mundo, o Brasil não estava preparado para esse cenário. E nem poderia estar, pois a alta da demanda ocorreu repentinamente e foi motivada pela peste suína africana, que deverá levar a uma redução de 30% no plantel chinês de suínos e influiu a demanda também pelas carnes de boi e de frango.
Esse cenário tem preocupado não apenas o consumidor, mas também o governo. Questionado sobre o tema, o presidente Jair Bolsonaro descartou nas redes sociais a ideia de tabelar os preços, entendendo que se ela não deu certo lá atrás tanto no Brasil quanto em outros países, não é agora que frutificará.
Já a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, garantiu que a política agropecuária do governo vai priorizar o abastecimento interno, mas não adiantou qualquer medida concreta nesse sentido.
Ao participar da inauguração de um novo frigorífico em Arroio do Meio (RS), nesta sexta-feira (13), ela previu que os preços devem se estabilizar em breve e lembrou que a demanda aquecida vai refletir em melhoria da qualidade da produção nacional."À medida que você abre novos mercados, você também sobe a régua da qualidade. Por isso que é importante a gente ver aqui a qualidade?, justificou. (Foto: Sistema Faep)