Há votos de sobra para reformar a Previdência
Considerada indispensável para garantir que não falte dinheiro para pagar os aposentados ao longo das próximas décadas, bem como para que o Brasil possa recuperar a confiança dos investidores internacionais, ponto de partida para se recuperar da crise econômica, a reforma da Previdência está muito próxima de ser aprovada.
Na Câmara Federal, onde é maior a resistência ao texto do relator Samuel Moreira chancelado ontem pela comissão especial, são necessários 308 votos para a aprovação em plenário, mas o presidente Rodrigo Maia (foto) estima já ter pelo menos 325, o que oferece uma margem de segurança muito importante.
Segundo ele, a reforma começará a ser discutido pelo plenário na próxima terça-feira (9) e deverá ser votado antes recesso parlamentar, que começará no dia 18. Para o texto começar a ser debatido no plenário, onde novas alterações poderão ser feitas, o regimento da Câmara estabelece um prazo de duas sessões após a conclusão da votação na comissão especial.
ECONOMIA REDUZIDA
O relator Samuel Moreira estimou inicialmente em R$ 1,074 trilhão o impacto fiscal do texto aprovado ontem ao longo dos próximos 10 anos. A estimativa é fruto de uma redução de despesas da ordem de R$ 933,9 bilhões e de um aumento de receitas (por meio de alta de tributos e fim de isenções) de R$ 137,4 bilhões.
Mas essa estimativa foi reduzida mais tarde com a aprovação de uma mudança para retirar a incidência de contribuições previdenciárias sobre as exportações agrícolas. Com isso, a previsão de economia para a próxima década caiu para R$ 990 bilhões. (Foto: Rodrigo Pozzebom/AENPR)