Unioeste ganha laboratório para análise de agrotóxicos
Com a presença do diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri, foi feita a entrega oficial dos equipamentos necessários ao funcionamento de importante laboratório instalado no campus de Francisco Beltrão da Unioeste. A iniciativa marcou a consolidação de um convênio de R$ 2,6 milhões firmado entre a binacional e a universidade para a criação da Unidade de Análise de Micropoluentes, voltada à avaliação da contaminação humana e de fauna terrestre por agrotóxicos nas regiões Oeste e Sudoeste do Paraná.
O destaque do laboratório é um espectrômetro de massa de alta precisão, adquirido com recursos da Itaipu. O equipamento é capaz de identificar e quantificar mais de 400 resíduos de agrotóxicos em amostras humanas, animais e ambientais, com foco na relação entre esses poluentes e o câncer de mama, que apresenta alta incidência na região.
"Investir em saúde e pesquisa é investir no bem-estar das pessoas. Esse laboratório é um marco para entender e combater o câncer de mama na região", destacou Verri na ocasião.
A professora Carolina Panis, do Laboratório de Biologia de Tumores da Unioeste, coordenadora do projeto, explica que a pesquisa, iniciada há dez anos documentou índices alarmantes de câncer de mama no Sudoeste do Paraná, entre as mulheres expostas ao agrotóxico, com incidência 50% e mortalidade 15% superiores à média nacional.
"Identificamos que o risco de desenvolver câncer de mama é 32% maior em mulheres expostas a agrotóxicos, com 52% mais chances de metástases. A principal via de contaminação é dérmica, especialmente durante a lavagem de roupas e equipamentos usados na aplicação de agrotóxicos", afirmou Panis. Ela destacou a importância do novo equipamento: "Sem o investimento de Itaipu, dificilmente teríamos uma estrutura deste porte no Sudoeste do Paraná. Com este espectrômetro, será possível investigar de forma precisa como os agrotóxicos se correlacionam com doenças como o câncer".
Os resultados do projeto da Unidade de Análise de Micropoluentes fornecerão dados inéditos para políticas públicas de saúde e proteção ambiental, consolidando o Sudoeste do Paraná como referência em pesquisa sobre os impactos dos agrotóxicos. (Foto: Divulgação)