Deputado denuncia apagões e cobra mais eficiência da Copel
A bilionária privatização da Copel, feita em agosto de 2023 na Bolsa de Valores de São Paulo, gerou na época uma espécie de euforia, embora um tanto contida, pois se acreditava que uma gestão privada tornaria a maior empresa do Paraná ainda mais eficiente.
Passado pouco mais de um ano e meio, no entanto, o otimismo foi tomado pela decepção, pois hoje a Copel é campeã em reclamações no Estado todo, e tanto nas cidades quanto no campo. Não raro chegam notícias principalmente dando conta da mortandade de peixes (como ocorreu recentemente no distrito cascavelense de Sede Alvorada) e frangos e até de falta de distribuição de água tratada à população por falta temporária de energia.
"Enquanto o povo fica no escuro e sem água, o lucro vai para poucos. Isso não é eficiência. Isso é injustiça", protestou na sessão desta quarta-feira (14) da Assembleia Legislativa o deputado Arilson Chiorato, ressaltando que isso não decorre da falta de dinheiro, pois apenas de janeiro a março deste ano a Copel obteve lucro líquido de R$ 664 milhões e nesta quinta (15) deve pagar R$ 1,3 bilhão em dividendos aos seus acionistas.
Ele lembrou que antes da privatização a companhia era referência nacional, mas hoje lidera o ranking de reclamações. "Podem ir a qualquer cidade do Estado que a reclamação é a mesma: falta luz. E o povo ainda paga mais por isso", denunciou, revelando que um breve levantamento feito por sua equipe revelou que 388 dos 399 municípios paranaenses já registraram episódios recentes de apagão.
Chiorato citou prejuízos em série, causados por quedas constantes de energia elétrica. Segundo ele, no Sudoeste produtores foram obrigados a descartar leite por falta de refrigeração, no noroeste avicultores relataram perdas em granjas, no Oeste piscicultores viram a produção comprometida e no Norte fábricas suspenderam turnos de trabalho diante da instabilidade no fornecimento. (Foto: Divulgação Alep)