Nosso HU no noticiário policial
Em vigor desde 2019, a nova formatação da Lei de Abuso de Autoridade impossibilita a divulgação dos nomes de implicados nos mais diferentes tipos de crime, o que acaba, muitas vezes, fomentando suspeitas indevidas sobre pessoas cumpridoras do seu papel. Isso impõe um zelo adicional na hora de noticiar uma operação como a Raio-X, desenvolvida nesta quarta-feira (8) pelo Gaeco nas cidades de Cascavel, Cafelândia, Quedas do Iguaçu e Maringá.
É público, no entanto, que o caso se refere a algo de muito errado que vinha acontecendo no nosso glorioso Hospital Universitário do Oeste do Paraná sem que uma ação mais concreta fosse desenvolvida para estancar o ralo por onde verbas públicas eram desviadas em benefício de alguns poucos "espertos".
Inúmeros documentos, mídias e equipamentos eletrônicos foram apreendidos para serem analisados por equipes técnicas do Ministério Público a fim de reunir as provas necessárias para comprovar o conteúdo da denúncia formal dando conta da atuação coordenada de pessoas físicas (incluindo um servidor do próprio HU) e jurídicas em corrupção ativa e passiva e fraude a licitação para compra de materiais de radiologia.
Como em qualquer outro caso parecido, também nesse há de se ter cautela para não macular a imagem de pessoas inocentes, mas não deixa de causar perplexidade a revelação, constante da própria denúncia, de que os desvios já vinham ocorrendo há uma década sem que providências concretas tenham sido tomadas lá atrás. (Foto: Divulgação Gaeco)