Papa Francisco, o misericordioso
J. J. Duran
Já não está mais entre nós Jorge Mario Bergoglio, argentino falecido aos 88 anos, o Papa vindo do que alguns definem como "o fim do mundo" para colocar a Igreja do Cristo crucificado uma vez mais na rua, em apoio aos pobres do mundo inteiro.
Quando pronunciou seu primeiro Angelus em Roma, Francisco deixou uma mensagem dirigida a todos os caminhantes sem destino ao afirmar: "Não tenham medo, sigam sempre caminhando, pois Deus está ao vosso lado".
Pouco ainda se fala das virtudes libertárias do primeiro Papa indo-americano da história da Igreja Católica, mas é sabido que elas irão mostrar um ser lutador e visionário, uma espécie de lenda construída pela graça de Deus ao visitar os imigrantes ilegais que saíram da Itália em busca de "um lugar para viver com dignidade" e encontraram a morte.
Ao falar ao mundo sobre os momentos difíceis pelos quais atravessava o povo muçulmano, Francisco disse que a paz é fruto da verdade e que a continuidade dos conflitos armados é símbolo do fracasso de todos.
Durante todo seu pontificado lutou por uma Igreja pobre, levando sempre em sua mensagem a doutrina do Bom Judeu.
Aos jovens deixou uma mensagem dizendo que não iria roubar sua alegria, e aos jornalistas deu como resposta que não havia se tornado Papa "para ser um rei, mas sim um pastor a serviço da Igreja dos pobres". Por isso se tornou o primeiro argentino digno de veneração.
Não conheci Jorge Mario Bergoglio, meu compatriota, mas reconheço seu grande mérito, que foi colocar a igreja novamente nas ruas, em atenção aos mais necessitados.
Por isso um dia, tenho certeza, o mundo inteiro irá chamá-lo de o Papa misericordioso. (Foto: Reprodução Youtube)
J. J. Duran é jornalista, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário de Cascavel e do Paraná