Pelo não ao todes
O debate sobre a linguagem neutra como proposta de inclusão social é algo recorrente e amplamente depreciado em diferentes países. Na França, por exemplo, o Ministério da Educação baixou circular ainda em 2021 proibindo o seu uso nas salas de aula.
Vindo para mais para perto de nós, encontramos os exemplos do Uruguai como um todo e da capital argentina Buenos Aires, onde o uso desse expediente foi terminantemente proibido para professores e servidores das escolas.
No Brasil esse é um dos temas mais debatidos neste início de 2023, tanto que em menos de três semanas quatro deputados federais (de SP, MG, AC e RO) protocolaram projetos vedando o uso da linguagem neutra nas escolas com o temor de que ela facilite a doutrinação ideológica nas salas de aula - e como dizer que isso não irá acontecer?
Na nossa riquíssima língua portuguesa, desde sempre a palavra "todos" não se refere só ao gênero masculino, mas também ao feminino, ou seja, abarca homens e mulheres, machos e fêmeas. Por isso, por aqui o emprego de "todes" e outros termos pra lá de estranhos tem sido objeto de uma grande polêmica que, diga-se de passagem, em nada contribuirá para resolver as deficiências que colocaram a educação do Brasil como a de mais baixa qualidade entre 63 países pesquisados pelo conceituado International Institute for Management Development, com sede na Suíça.
Não é mudando a língua que vamos oferecer uma escola de excelência às crianças e aos jovens do País todo. Isso passa, sobretudo, por mais valorização e qualificação dos nossos professores, dentre outros quesitos indispensáveis a uma educação verdadeiramente levada a sério. (Foto: Reprodução internet)