Eleitor gosta de sofrer?
A pergunta que dá título a esta breve reflexão é inevitável diante de alguns números apurados pela pesquisa Data Véritas/ IRG/Uninter, uma das derradeiras antes da entrada em vigor das regras relativas às eleições gerais do próximo ano, que a partir do próximo sábado (1º) exigirão que qualquer levantamento de opinião seja previamente registrado no TSE e siga critérios rígidos em uma tentativa de evitar a maquiagem de números.
Por exemplo: 86% dos 1,8 mil eleitores ouvidos entre os dias 16 e 23 de dezembro em 225 cidades do País todo disseram não ter dúvidas de que houve corrupção nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva, mas ainda assim 40% responderam que se a eleição fosse hoje, votariam no ex-presidente, mesmo tendo várias outras opções.
De outro lado, Sérgio Moro apareceu com apenas 11%, ou seja, pouco mais de 25% das intenções de voto obtidas pelo provável candidato do PT. Tudo bem que a campanha ainda nem começou, mas certamente uma maioria esmagadora dos eleitores consultados sabe que Moro foi uma espécie de maestro da Lava Jato, operação que levou Lula à prisão e que teve a aprovação de nada menos que 76% dos entrevistados pela pesquisa.
Como entender tamanha autofagia - que, diga-se de passagem, é apontada por dez entre dez pesquisas? (Foto: TSE)