É moda desde sempre as pessoas se dizerem portadoras do mais legítimo espírito público ao se candidatarem a mandatos eletivos remunerados (e bem!) com o sagrado dinheiro do contribuinte. Afinal, é uma expressão no mínimo simpática e que soa como uma espécie de cosmético de reconhecida eficiência e empregada por dez entre dez candidatos caras de pau, que não costumam economizar mentiras no esforço para cooptar o apoio dos eleitores incautos.

Como essa estratégica funciona na maioria das vezes, até por falta de conhecimento de uma grande parcela dos eleitores, da cidade paranaense de Foz do Iguaçu vem um exemplo prático do que seja espírito público, que é justamente o oposto dos salários acima do teto constitucional e das famigeradas "rachadinhas",  que viraram moda nos gabinetes sobretudo do Poder Legislativo e ajudam a explicar o carreirismo político que tomou conta do País.

Deixando de lado o egoísmo, a mesquinhez e a ingratidão, segundo suas próprias palavras, o secretário municipal de Transparência e Governança, José Elias Castro Gomes, acaba de repassar à Fundação Municipal de Saúde, mantenedora do Hospital Municipal Padre Germano Lauck, um cheque de R$ 82.709,11, montante líquido dos salários recebidos por ele em seus primeiros oito meses no cargo.

“Esse valor ajudará a viabilizar exames, tratamentos e aquisições fundamentais para o tratamento da população. Quem tem problemas de saúde tem pressa, muita pressa. Sabemos da importância do SUS e de o quanto os recursos escassos comprometem a saúde e a recuperação das pessoas atendidas, então não temos como ficar omissos", disse ele.

“Trata-se de um gesto nobre e louvável, um verdadeiro ato de amor ao hospital e à população”, elogiou o presidente da Fundação Municipal de Saúde, Amon Mendes Franco de Sousa, ao agradecer pela doação. (Foto: Divulgação)