Mais calma nesta hora
O tema deste breve comentário, que dá título a várias coisas, de música a sites com dicas sobre bons hábitos e até sobre saúde mental, é oportuno para o momento político vivido pelo Brasil, totalmente desprovido da moderação recomendada pelas regras mais elementares do bom convívio.
Ultimamente, o País não passa uma semana sem uma nova polêmica desnecessária e que não se insere em qualquer regra de bons costumes. E para piorar, várias brotam daquele que é uma das principais fontes de inspiração da população pela importância do cargo que ocupa: o presidente da República.
Hoje mesmo, Jair Bolsonaro mal acordou e foi logo soltando mais algumas de suas habituais pérolas. Em resposta a um apoiador que fazia apologia ao armamento, e com direito a transmissão ao vivo pelas redes sociais, ele chamou de "idiota" quem diz que precisa comprar feijão e defendeu que."tem que todo mundo comprar fuzil".
Antes de tudo, comprar feijão é infinitamente mais recomendável (e necessário) que uma arma de grosso calibre, pois o Brasil, graças a Deus, ao menos até agora tem se mostrado uma nação livre de grupos terroristas como os que estão protagonizando mais um diabólico espetáculo no Afeganistão, o tema da hora na imprensa mundial.
Em segundo lugar, o feijão é alimento básico dos brasileiros em geral, que, ao comprá-lo, se mostram donos de um paladar apurado e que, seguramente, em nada se assemelha ao gosto do sangue de inocentes jorrado em qualquer disputa insana.
E em terceiro lugar, apesar de ferramenta importante para os casos em que as pessoas precisam se defender dos chamados amigos do alheio, a arma deve ser adquirida só por quem quer, precisa e está imbuído apenas do propósito de defender a paz e da justiça.
É público e notório que Bolsonaro assim se comporta pelo seu jeito militar de ser, mas também parece claro que isso, ao invés de ajudá-lo, está minando cada dia mais seu projeto de reeleição e criando uma condição favorável à volta ao poder de quem por ele passou sem deixar saudades.