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Integrar ainda mais as esferas federal, estadual e municipal para fortalecer a prevenção, a fiscalização, o controle e a repressão aos delitos transfronteiriços é, em resumo, a justificativa para um grande encontro que reúne, em Brasília, ministros, secretários nacionais e estaduais e demais autoridades da área da segurança pública. O evento foi aberto ainda ontem e será encerrado na tarde de hoje (24), certamente a um custo nada módico para o contribuinte.
A despeito da importância do tema, vale lembrar que encontros iguais a esse já ocorreram aos borbotões e pouco ou nada produziram na medida em que não têm qualquer efeito prático além de mostrar à sociedade que nossas autoridades mantém no seu radar um problema que, no caso da tríplice fronteira, já é de domínio público pelo menos desde a famigerada Guerra do Paraguai, ocorrida há mais de um século e meio.
Há de se reconhecer que no Oeste do Paraná houve um avanço considerável no combate ao tráfico e ao contrabando nos últimos anos, mas nada do que foi feito para tornar isso possível se originou de encontros desse tipo e sim de reuniões eminentemente técnicas e com a participação apenas de entendidos na arte da segurança pública, não de políticos.
Eventos espetaculosos não irão intimidar os delinquentes que fazem da nossa fronteira com o Paraguai e a Argentina uma espécie de terra sem lei. O que precisa ser feito é um investimento pesado em recursos humanos e materiais e uma política social convidativa para que os moradores lindeiros que estejam eventualmente no descaminho se sintam motivados a ganhar a vida de forma digna. (Foto: Divulgação)