Ciclista também é gente!
De acordo com dados do Ministério da Saúde, entre 2011 e 2020 em torno de 13 mil brasileiros perderam a vida enquanto pedalavam, a maioria esmagadora a caminho do trabalho ou dele retornando. E dessas mortes todas, que representam mais que a população inteira de cada uma de 245 das 399 cidades paranaenses, mais de 1.200 ocorreram em nosso Estado, que nesse triste ranking só ficou atrás de São Paulo (quase 2.400 mortes) e Minas Gerais (1.250).
O Paraná também chama atenção pelo número de ciclistas que foram parar no hospital após se acidentarem nesse período, embora nesse quesito tenha ficado na quarta colocação, atrás uma vez mais de São Paulo e Minas e também de Santa Catarina, onde o uso da bicicleta como meio de transporte é bem maior que aqui.
São números que falam por si só e dão a exata dimensão da importância do debate sobre a nova modelagem das concessões rodoviárias para nosso Estado que a Frente Parlamentar sobre o Pedágio da Assembleia Legislativa programou para esta quinta-feira (6).
Além da menor tarifa possível, obras a serem executadas desde o início da concessão e o fim da taxa de outorga e do degrau tarifário, os parlamentares vão defender que a nova concessão preveja em contrato a construção de ciclovias por todo o chamado Anel de Integração. Nada mais justo, na medida em que a bicicleta não foi feita para andar nas estradas tradicionais e precisa de um espaço próprio para permitir a locomoção das pessoas com toda segurança necessária.
“São mais de três mil quilômetros de rodovias e na proposta consta a previsão de apenas 73 quilômetros de ciclovias. A maior parte das ciclovias previstas é de ambos os lados das vias. Assim, pode-se entender que a extensão coberta por infraestrutura cicloviária é 1% de toda extensão proposta para os demais veículos”, alerta o deputado Arilson Chiroato, coordenador da Frente. (Imagem: Detran-PR)