Orfandade em dose dupla
Qualquer um que fita o Oeste do Paraná sem aquele olhar de revanchismo vê em Toledo um modelo exemplar não só para esta região, mas para o Estado e o País como um todo. É um dos raros municípios brasileiros onde até as estradas do interior foram pavimentadas para facilitar a locomoção dos agricultores e o transporte da produção agropecuária.
Mas esse cenário de Primeiro Mundo não é fruto do acaso. Ao contrário, resultou de uma representação política ativa, bandeira que passou pelas mãos de Egon Pudell, Ernesto Dall’Óglio, José Ivo Alves da Rocha, Nelton Friedrich, Sabino Campos, Albino Corazza Neto, Elton Welter, Duílio Genari, Dilceu Sperafico e, por último, José Carlos Schiavinato.
Isso ajuda a dar uma dimensão real à perda de Schiavinato, cujo sepultamento, ocorrido ontem (15), representa a perda não apenas de mais um líder político de reconhecida capacidade, mas de toda uma representação histórica e que tanto contribuiu para o desenvolvimento da chamada Capital do Trabalho.
Depois de inúmeras décadas, Toledo ficou sem um representante sequer tanto na Assembleia Legislativa quanto na Câmara Federal, fruto não só da pandemia que vitimou o único deputado que tinha há mais de dois anos, mas também (e principalmente) do divisionismo que tomou conta da política mais recente. É um fato que exige uma reflexão profunda sobre o empobrecimento do espírito público de outros tempos, causa maior desse novo e preocupante cenário. (Foto: Divulgação PMT)