O ex-presidente Carlos Menem morreu neste domingo (14), aos 90 anos, no Sanatório Los Arcos, em Buenos Aires, onde estava internado para tratar de uma infecção urinária. Atualmente senador pela província de La Rioja, ele presidiu a vizinha Argentina por pouco mais de dez anos.

Sempre muito ativo na política, Menem chegou a participar das primeiras reuniões virtuais do Senado argentino em meio à pandemia do coronavírus e tinha um quadro de saúde bem complicado desde que foi atingido por uma pneumonia, no ano passado. Casado duas vezes, primeiro com Zulema Yoma e depois com a ex-Miss Universo Cecilia Bolocco, teve três filhos, um dos quais, Carlos Menem Junior, faleceu em março de 1995 em um acidente aéreo até hoje não devidamente esclarecido.

CARREIRA

Descendente de muçulmanos, Carlos Menem ingressou na política como apoiador de Juan Domingo Perón logo que se formou em Direito pela Universidade Nacional de Córdoba. Em 1957 foi preso pela primeira vez por apoiar a ação violenta contra a ditadura de Pedro Eugenio Aramburu.

Eleito governador de La Rioja em 1973, acabou deposto e preso novamente após a derrubada da presidente Isabelita Perón, em março de 1976. Recuperou a liberdade em 1981 e dois anos mais tarde, com a queda do regime militar, foi eleito novamente governador de La Rioja.

Liderando uma dissidência dentro do grupo peronista, em 1989 foi eleito sucessor de Raúl Alfonsín na presidência da Argentina, mas teve que se converter porque o catolicismo era uma exigência constitucional à época.

Já fora da presidência, foi novamente preso sob acusação de irregularidades na exportação de armas para Equador e Croácia, isto já em 2001, depois do que se mudou com a família para o Chile, de onde retornou três anos mais tarde para voltar a fazer política e se eleger senador. (Foto: Getty Images)