Faltou combinar com o vírus
Em uma clara combinação com muitos prefeitos parceiros, que já não suportavam mais a pressão dos moradores/eleitores de suas cidades em véspera de eleição, Ratinho Junior emprestou sua assinatura a um decreto que fez grande parte da população de mais de uma centena de municípios paranaenses hibernar feito urso polar na expectativa de amansar o minúsculo, mas letal, causador da Covid-19.
A julgar pelos números oficiais, no entanto, faltou combinar com o maldito vírus - coisa, aliás, que nem os governantes dos tais países de elite têm conseguido fazer, pois pessoas e economias seguem morrendo mundo afora. O balanço do próprio governo indica que as duas semanas de quarentena não minimizaram o problema na maioria esmagadora das cidades e regiões. Aliás, se isso valeu de alguma coisa para alguém foi para quem mora na macrorregião polarizada por Cascavel, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão e Pato Branco, única que tem respirado com algum alívio neste momento em que a pandemia entra para o quinto mês.
Se pudesse voltar no tempo, provavelmente o governador mudaria de ideia e não faria o que fez, pois o que de mais concreto conseguiu com a estratégia adotada foi fragilizar a sua própria base política, o que ficou claro com a decisão do deputado Tiago Amaral, que é pré-candidato à Prefeitura de Londrina, de abandonar o cargo de vice-líder do Governo na Assembleia Legislativa. Mas alguma coisa precisava fazer para aliviar o fardo dos prefeitos aliados, e ao menos isso ele conseguiu, por mais caro que tenha custado sobretudo às economias das pequenas cidades.