Laser SLT substitui colírios no tratamento do glaucoma
Uma ótima notícia neste mes de maio, que também abre espaço aos portadores de glaucoma (hoje, 26, é Dia Nacional dedicado ao combate à doença): o Hospital de Olhos de Cascavel acaba de incorporar aos seus recursos tecnológicos, o Laser LightLas SLT Deux.
Segundo as oftalmologistas Letícia Cantelli Daud, e Sarita Pazetto Turchetti Camargo, especialistas em Glaucoma, a técnica SLT ou Trabeculoplastia Laser Seletiva aplica-se aos portadores do tipo mais comum de glaucoma, o de ângulo aberto, responsável por 80% dos casos.
"Glaucoma é uma doença que não tem cura, mas quando tratada a tempo, pode-se evitar o seu avanço ou progressão que leva à cegueira. No tratamento tradicional são usados diferentes tipos de colírios. Eles são eficazes, mas exigem cuidados e rotinas rigorosas de aplicação e podem apresentar efeitos colaterais, além de seu custo relativamente elevado. Quando usamos o laser SLT, ganhamos em todos os sentidos. É um tratamento não-invasivo, indolor, rápido, tão eficiente quanto os colírios, mas sem os seus efeitos colaterais e relativamente mais econômico", explica a oftalmologista Letícia Cantelli Daud.
COMO FUNCIONA
Mais nova opção a laser para o controle do glaucoma, a Trabeculoplastia Laser Seletiva é uma técnica que busca diminuir a pressão ocular estimulando o trabeculado que funciona como um "ralo"por onde o líquido é eliminado. A aplicação do laser faz o trabeculado drenar mais e melhor.
A terapia é indicada somente para o glaucoma de ângulo aberto, que responde por 80% dos glaucomas (existem vários tipos da doença) e apresenta resultados ainda melhores na fase inicial da doença.
A aplicação do laser SLT é segura, não-invasiva, feita sob anestesia tópica, sem necessidade de sedação e de rápida recuperação. "É eficiente como os colírios, mas não tem os seus efeitos colaterais. Melhora a qualidade de vida e é relativamente mais econômico", explica a oftalmologista Letícia Cantelli Daud, lembrando que os benefícios desta técnica são ainda maiores para quem não consegue se adaptar aos horários rígidos de aplicação de um ou mais colírios indicados ou quem sofre de reações alérgicas aos medicamentos.
DOENÇA SILENCIONA
Segundo a Organização Mundial de Saúde, o Glaucoma é a doença que mais causa cegueira irreversível no mundo. No Brasil estima-se que ela esteja presente em 2% da população, o que equivale a cerca de 4,2 milhões de pessoas. A ciência ainda não definiu a sua origem exata. O certo é que ela está associada à pressão alta do olho, que provoca a destruição progressiva das fibras do nervo óptico que conduz a visão ao cérebro.
Embora possa ocorrer em todas as idades, o risco potencial é maior entre quem tem mais de 40 anos, pessoas de cor negra, quem têm maior propensão a desenvolver pressão alta, e entre os portadores de diabetes. O histórico familiar também é importante para o diagnóstico, pois cerca de 6% das pessoas com a doença já tiveram outro caso na família.
Na fase inicial, a doença é assintomática, costuma não ser percebida. Segundo a oftalmologista Sarita Pazetto Turchetti Camargo, a perda visual ocorre em fases mais avançadas e compromete primeiro a visão periférica. Depois, o campo visual vai estreitando até transformar-se em visão tubular. Sem tratamento a tempo, o paciente fica cego. "Como em geral, o portador de glaucoma não percebe, a única forma de detectar a doença em sua fase inicial é através dos exames de pressão ocular e de fundo de olho, que permitem avaliar alterações no nervo ótico. Por isso também é tão importante fazer check-up com o médico oftalmologista ao menos uma vez por ano", diz. (Foto: Youtube)