O naufrágio do programa Cascavel Cidade das Águas
Com a água da Sanepar custando os olhos da cara, parte da população se habituou, ao longo dos últimos anos, a se abastecer das fontes existentes no perímetro urbano e recuperadas a partir de 2001, ano do lançamento do programa Cascavel Cidade das Águas.
Análises laboratoriais periódicas atestavam a qualidade da água dessas fontes, que até levaram várias outras cidades Brasil afora a se espelharem na Capital do Oeste do Paraná e desenvolverem programas idênticos.
No entanto, por culpa da população e do poder público, que descuidaram do entorno dessas fontes, esta quarta-feira, 30 de outubro de 2019, marca o que pode ser definido como o naufrágio do programa, e muito provavelmente de forma definitiva.
Em cumprimento a decisão tomada ontem pelo Comitê Gestor de Recursos Hídricos, integrado por representantes de diferentes órgãos públicos, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente vai desenvolver a partir de hoje uma série de ações destinadas a manter essas fontes apenas como uma espécie de adorno e dificultar ao máximo o acesso da população à água para consumo humano.
A medida está sendo tomada por força de elevados índices de contaminação apurados por testes realizados recentemente e valerá para um total de 17 fontes. "Elas não serão lacradas, mas será dificultado o abastecimento de vasilhames através das bicas. A água continuará jorrando, mas para ser reabsorvida pelo solo e voltar ao nosso lençol freático", explica o secretário Wagner Seiti Yonegura
"O Município precisava tomar uma atitude para evitar que a população consuma esta água e adoeça", ressalta o promotor Angelo Mazzuchi Ferreira, representante do Ministério Público no Comitê, explicando que as fontes não serão lacradas porque também são locais de lazer da população pelo seu paisagismo. (Foto: Secom)