Dodge impõe derrota a inimigos da Lava Jato
Do mais modesto ao mais poderoso, os mentores e executores da operação desencadeada nos últimos meses para dar fim à Lava Jato e impedir que a corrupção continue sendo debelada no Brasil sofreram um duro golpe com a decisão da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, de prorrogar por mais um ano os trabalhos da força-tarefa encarregada da operação.
Dodge escolheu resistir a uma intensa pressão vinda inclusive de fontes do Poder Judiciário e manter todos os 15 procuradores, dentre eles Deltan Dallagnol. A força-tarefa foi instituída inicialmente com dez procuradores, em abril de 2014, a partir dos primeiros procedimentos investigativos envolvendo a Petrobras, e prorrogada já pela quinta vez. Somando demais servidores e estagiários, a equipe conta com um total de 69 integrantes.
Além de recursos humanos, a Procuradoria-Geral da República tem dado integral apoio financeiro com a destinação média de R$ 900 mil por ano para gastos em viagens e diárias. Mas esse valor sofreu um incremento substancial neste ano, quando chegou a R$ 808 mil só no primeiro semestre.
PROCESSO CONTINUA
No caso de Deltan Dallagnol, o Conselho Nacional do Ministério Público negou ontem (13) recurso apresentado por ele e manteve a tramitação de um processo administrativo disciplinar no qual responde por ter acusado os ministros do STF de formarem uma "panelinha" durante uma entrevista à rádio CBN, em 15 de agosto do ano passado. Se condenado, ele poderá receber como penalidade a aposentadoria compulsória e, com isso, deixar a Lava Jato.
Também há um procedimento investigatório contra Dallagnol reaberto a pedido de dois outros procuradores da República por conta das mensagens de Telegram publicadas pelo site The Intercept Brasil. (Foto: José Cruz/AGBR)