Diarreia e HU colocam a saúde de Cascavel na UTI
Considerada uma espécie de poço sem fundo no que se refere aos investimentos públicos, a saúde pública foi envolvida nesta quarta-feira (1º) em mais duas polêmicas que retratam um cenário ainda mais grave que o imaginado em Cascavel. Nenhum dos casos, porém, é de responsabilidade do Município, mas sim do Estado.
O primeiro se relaciona ainda ao surto de diarreia que fez o atendimento na rede municipal de saúde explodir no início do ano e que, apesar de já superado, voltou ao noticiário por conta de um relatório do Ministério da Saúde apontando que a causa teria sido a contaminação da água fornecida pela própria Sanepar, tese contestada de pronto pela estatal.
"A Sanepar reitera e garante a qualidade da água distribuída para a população de Cascavel. As análises realizadas pela Companhia, pelo laboratório contratado pela Sanepar e pelo Instituto Adolpho Lutz atestam essa qualidade e confirmam que não há presença de protozoários nocivos à saúde humana na água entregue para a população", informou a estatal em nota, acrescentando que"tomará medidas judiciais para que informações distorcidas e inverídicas sejam evitadas".
Esse fato envolveu indiretamente o Município pelo fato de a Secretaria Municipal de Saúde ter feito um investimento adicional superior a R$ 1,6 milhão para debelar o surto, fato que levou a Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara, presidida pelo vereador Celso Dal Molin, a informar que irá pedir judicialmente o reembolso desse valor aos cofres da Prefeitura.
CRISE NO HU
O segundo episódio envolveu o Hospital Universitário, que nos últimos anos tem emendado uma crise atrás de outra. Dessa vez os médicos terceirizados - que são 130 ao todo de um total de 187 - suspenderam os atendimentos eletivos, mantendo plantão apenas para os casos de urgência e emergência.
"Fomos comunicados pelas direções do HUOP representadas pelos diretores clínico, geral e financeiro, em reunião que contou com reitor da Unioeste, Paulo Sérgio Wolff, que após o dia 26/08/2019 estaremos impedidos de trabalhar no hospital devido ao término dos contratos de prestação de serviços", justificaram eles em nota oficial.
Também por meio de nota, a Unioeste informou que está buscando junto ao Governo do Estado uma solução para este assunto, cuja superação havia sido anunciada pela Universidade e pela Casa Civil do Paraná há duas semanas, e também para o concurso público, que foi desmarcado de última hora, bem como que tem "plena consciência da gravidade da situação". (Foto: Arquivo Unioeste)