PT de Gleisi quer Dallagnol fora da Lava Jato
O PT pediu nesta segunda-feira (15) o afastamento imediato por 120 dias dos procuradores da força-tarefa da Lava Jato Deltan Dallagnol e Roberson Pozzobon ao CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), uma espécie de corregedoria do órgão. As informações são da Veja.
A reclamação disciplinar baseia-se nas informações publicadas no domingo (14) pelo jornal Folha de S.Paulo e pelo site The Intercept Brasil de que Dallagnol teria planejado montar uma empresa para fazer palestras com o seu colega Pozzobon. Segundo os diálogos, o negócio seria conduzido pelas mulheres dos procuradores - para burlar a lei que impede que procuradores gerenciem negócios particulares; eles podem apenas ser sócios - e visava obter lucro com o "networking e a visibilidade"deles.
A ação é assinada pelos deputados Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, e Paulo Pimenta, líder do partido na Câmara, e por Humberto Costa, que lidera a legenda no Senado, e é endereçada à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, presidente do CNMP. Gleisi e Costa respondem a inquéritos da Lava Jato por suspeitas de recebimento de propina no âmbito da Lava Jato.
No pedido, a bancada do PT argumenta que Dallagnol quis obter"vantagens adicionais aos vencimentos do cargo não previstas em lei"e que Pozzobon faltou com o "decoro, zelo e probidade". "Os graves fatos tornados públicos pela referida matéria apontam para o exercício do comércio direto e pela participação indireta e simulada de sociedade comercial", acusa o partido.
PEDIDO CATADO
E nesta terça-feira (16) o corregedor do Conselho Nacional do Ministério Público, Orlando Rochadel Moreira, decidiu instaurar uma reclamação disciplinar contra Deltan Dallagnol com base no pedido do PT. O despacho determina que Dallagnol e o também procurador Roberson Henrique Pozzobom se manifestem sobre o assunto no prazo de 10 dias.
DEMISSÃO
E nesta terça-feira (16) a PGR (Procuradoria-Geral da República) confirmou que o procurador José Alfredo de Paula deixou o cargo de coordenador do grupo de trabalho da Operação Lava Jato. A saída foi formalizada ainda na sexta-feira (12) e, segundo a assessoria da PGR, está relacionado a motivos meramente pessoais. O procurador está de férias e não voltará mais ao cargo. (Foto: Jeferson Rudy/Agência Senado)