Justiça acata a recuperação judicial do grupo Odebrecht
O pedido de recuperação judicial do grupo Odebrecht, o maior da história do Brasil, foi acatado pelo juiz da 1ª Vara de Falências de São Paulo, João de Oliveira Rodrigues Filho, que já nomeou o escritório Alvarez & Marsal como administrador.
Implicado até o pescoço no esquema de desvio de recursos públicos desvendado pela Operação Lava Jato, o grupo (que tem mais de 20 empresas) apresentou o pedido ontem diante do risco de falência já que tem uma dívida de aproximadamente R$ 98 bilhões. Desse total, só podem ser alvo de cobrança R$ 65,5 bilhões, pois R$ 33 bilhões são empréstimos trocados entre as companhias levadas para recuperação judicial.
Segundo o juiz, o plano de recuperação judicial deverá ser apresentado em 60 dias e o prazo para habilitações ou divergências aos créditos apresentados pela empresa será de 15 dias. A decisão determina, ainda, a suspensão de todas as ações ou execuções contra as empresas do grupo, de acordo com a Lei de Recuperações e Falências.
Rodrigues Filho também acatou o pedido da Odebrecht para que fiquem protegidas as participações que o grupo possui nas controladas Braskem, Ocyan e Atvos, cujas ações foram dadas em garantia para credores durante as reestruturações financeiras realizadas após a Lava Jato.
Segundo o comunicado da Odebrecht, o grupo, que "chegou a ter mais de 180 mil empregados cinco anos atrás", hoje tem 48 mil postos de trabalho, "como consequência da crise econômica que frustrou muitos dos planos de investimentos feitos pela ODB, do impacto reputacional pelos erros cometidos e da dificuldade pela qual empresas que colaboram com a Justiça passam para voltar a receber novos créditos e a ter seus serviços contratados".