Violência sexual infantil: um retrato que envergonha o PR
O Paraná tem muitas coisas que orgulham a sua gente, mas também tem outras que são motivo de vergonha e indignação. É o caso da violência sexual contra crianças e adolescentes, um dos crimes mais repugnantes e que tem crescido cada dia mais.
O banco de dados da Secretaria da Segurança Pública aponta para nada menos que 7.890 casos apenas ao longo do ano passado, ou seja, um a cada pouco mais de uma hora, Mas esses são apenas os casos catalogados, pois na realidade o cenário é muito pior. Em âmbito nacional, o Fórum Nacional de Segurança Pública aponta para um caso de estupro de menor a cada seis minutos, número também subnotificado.
Isso explica a campanha Maio Laranja, que está em curso como forma de conscientizar a população, mas não tem se mostrado suficiente para reverter esse triste e revoltante cenário, que envolve estupro, violência sexual mediante fraude, importunação sexual, assédio sexual, favorecimento da prostituição, pornografia e outras formas de exploração sexual.
A maioria dos casos denunciados - acredita-se na existência de um número ainda maior de casos não comunicados aos órgãos policiais - acontece dentro de casa e é perpetrada por pessoas muito próximas das vítimas, normalmente membros da própria família.
E há outros locais onde essa prática tem sido muito comum, como é o caso das estradas mais movimentadas. Nos dois últimos anos a Polícia Rodoviária Federal mapeou 1.874 pontos vulneráveis à exploração sexual infantil somente nas rodovias federais que cortam o Paraná, 117 deles classificados como críticos e localizados principalmente em trechos que cortam as cidades de Ponta Grossa (60), São José dos Pinhais (51), Foz do Iguaçu (50), Curitiba (39) Guarapuava (39) e Prudentópolis (39).
COMO PREVENIR
Atenção, diálogo e denúncia são, segundo autoridades da segurança pública, as formas mais eficientes para enfrentar esse flagelo. Isolamento, agressividade e queda no rendimento escolar são os principais indicativos de que algo de errado pode estar acontecendo com uma criança ou um adolescente.
Em caso de suspeita, se faz necessário inicialmente o diálogo, que deve ser conduzido principalmente pelos pais, responsáveis ou profissionais de saúde. E uma vez que haja confirmação ou suspeita fundamentada, o caminho é a denúncia às autoridades policiais, que no Paraná pode ser feita de forma anônima pelos números 181 e 197. (Imagem: Sesp-PR)