Delação premiada, um fracasso moral (II)
J. J. Duran
Se restar comprovado que os citados na delação premiada do ex-ajudante de ordens de Jair Messias Bolsonaro efetivamente não tiveram participação nas artimanhas arquitetadas pelos aloprados de plantão que protagonizaram os atos condenáveis do 8 de janeiro de 2023, movidos pelo fantasma da violência e pelo descabido desejo de dar fim à democracia - ainda jovem, mas com instituições fortes e de pé, fazendo com que a liberdade e a Carta Magna sejam símbolos de um Brasil com lacunas sociopolíticas, mas com todo orgulho de mostrar que não se curva nem se ajoelha diante dos delírios bucólicos de um grupo de delinquentes -, devemos dar razão àqueles que manifestaram que tudo aquilo não passou de um ato de vandalismo de uma turva descontrolada.
Por que o fantasma dos mandantes de outrora, com seus salários nababescos em um País onde os pobres mendigam comida e os aposentados remédios, se agiganta na sociedade? Essa questão é um tema dos mais desafiadores não só para o Brasil, mas para todas as demais nações do mundo.
Por aqui a ainda precária democracia - que nos permite opinar livres da repressão, filha pobre do sistema republicano - hoje enfrenta discursos raivosos e que pregam o fim do Estado Democrático de Direito, tornando o tempo presente uma espécie de estação da caída das folhas e do anoitecer gelado para a vida de muitos de nossos irmãos, notadamente os mais necessitados, num cenário agravado pelo fracasso do Governo Lula no campo econômico e pela feroz política imposta pelo presidente norte-americano Donald Trump, mais um obstáculo a dificultar a construção de um futuro pacífico para o mundo todo.
Iniciada uma semana atrás, essa reflexão será finalizada no próximo sábado. Até lá. (Foto: Jaedson Alves/AGBR)
J. J. Duran é jornalista, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário de Cascavel e do Paraná