Caso Tacla Duran x Moro e Dallagnol continuará no STF
Contrariando a vontade do senador Sergio Moro e do deputado federal Deltan Dallagnol, o caso das denúncias feitas contra os dois pelo advogado Rodrigo Tacla Duran vai permanecer no âmbito do STF (Supremo Tribunal Federal) por força de uma das decisões derradeiras do ministro Ricardo Lewandowski, que se aposenta e deixa a Suprema Corte nesta terça-feira (11).
Tacla Duran acusou moro de tentativa de extorsão e Dallagnol de perseguição em depoimento prestado no mês passado ao novo juiz da Lava Jato, Eduardo Appio. Pelo fato dos dois serem detentores de mandatos no Congresso Nacional, o magistrado decidiu então encaminhar o caso ao STF, contra o que o ex-juiz fez logo a seguir um pedido formal à Justiça, no que foi apoiado pelo ex-procurador.
Em sua decisão, Lewandowski considerou a manifestação da PGR (Procuradoria-Geral da República) de que "alguns dos supostos atos podem ter sido praticados no exercício de cargos com foro especial por prerrogativa de função", bem como que Moro teria interferido no processo de Tacla Duran quando ministro da Justiça.
"Diante do exposto, acolho a manifestação do Parquet e fixo, neste momento preambular, a competência do STF para a tramitação desse expediente. Defiro também o pedido de retorno dos autos à Procuradoria-Geral da República para um exame mais detalhado dos fatos e eventual pedido de instauração de inquérito", escreveu Lewandowski em sua decisão. (Fotos: Fabio Rodriguez Pozzebom/AGBR)