Faep investe pesado para reforçar sistema sanitário
Na última terça-feira (11), o Paraná deu mais um passo importante em direção à obtenção de reconhecimento internacional como área livre de febre aftosa sem vacinação. Na ocasião, o Paraná inaugurou o Posto de Fiscalização de Trânsito Agropecuário em Campina Grande do Sul, cumprindo a última exigência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Segundo o Boletim Informativo do Sistema Faep, a construção do posto e as obras estruturais custaram R$ 1,3 milhão, pagos com recursos privados, administrados pelo Fundepec (Fundo de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná). Mas a participação da iniciativa privada na consolidação do sistema sanitário paranaense vai bem além disso.
De 1997 a 2019, o Sistema Faep investiu US$ 10,2 milhões em diversas ações de sanidade animal, fomentando a participação em reuniões e congressos de órgãos internacionais, como a OIE (Organização Internacional de Saúde Animal) e da Comissão Sul-Americana para a Luta Contra a Febre Aftosa, e estimulando a criação de políticas públicas.
"Quero dizer que estamos felizes. Mas vamos estar ainda mais felizes em maio de 2021, porque tenho convicção de que vamos obter o reconhecimento internacional como área livre de febre aftosa sem vacinação", disse o presidente do Sistema Faep/Senar-PR, Ágide Meneguette."Estamos escrevendo uma nova história para a pecuária do Paraná?, acrescentou.
Localizada ao km 11,5 da BR-116, o novo posto se soma a outros 32 que compõem a rede gerenciada pela Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná), encarregada de fiscalizar todos os caminhões que transportam animais e produtos agropecuários que queiram entrar ou cruzar o Estado. A unidade recém-inaugurada vai se manter em funcionamento 24 horas por dia, com oito assistentes de fiscalização se revezando em regime de escala.
NOVOS MERCADOS
Os leigos podem perguntar: por que o novo status sanitário é tão importante? Com o reconhecimento como área livre de febre aftosa sem vacinação, o Paraná passa a ter um atestado internacional de credibilidade sanitária, de acordo com parâmetros mundiais. Com essa chancela, o Estado pode acessar mercados mais exigentes e que pagam mais pelos produtos, como a União Europeia. Essa abertura de mercado não se restringe à bovinocultura, mas também a outras cadeias em que o Paraná já se destaca internacionalmente, como a avicultura e a suinocultura.
"Muitos produtores, cooperativas e empresários não têm ideia do impacto que [o novo status] vai trazer. Quem acompanhou o Fórum Econômico de Davos, viu: a palavra de ordem é sustentabilidade. Quem não tiver sanidade, quem não tiver sustentabilidade, vai ter dificuldade. Nós não teremos dificuldades, porque estamos seguros", disse Meneguette. "Vão ser tantas oportunidades que vão faltar produtos para gente exportar", acrescentou. (Foto: Sistema Faep)