Uso de drone zera perda na pulverização agrícola
A Unioeste aproveitou o Show Rural 2020, desenvolvido ao longo da semana, para lançar o protótipo de um veículo aéreo não tripulado (Vant) para pulverização agrícola, com maiores autonomia de voo e eficiência de aplicação de agroquímicos nas propriedades rurais. A demonstração do equipamento, popularmente conhecido como drone, despertou a curiosidade e o interesse de milhares de produtores rurais que visitaram o evento da Coopavel.
Desenvolvido no NIT (Núcleo de Inovação Tecnológica), o projeto é resultado de uma parceria entre a Unioeste e a Avondale, uma montadora de drones, sediada no município de Braganey. A empresa buscou a universidade para desenvolver melhorias nos sensores do equipamento, visando à utilização em áreas de alta declividade. Atualmente, esse drone é comercializado para áreas de baixa declividade, custando cerca de US$ 18 mil (pouco mais de R$ 77,6 mil).
Para o professor Antônio Marcos Massao Hachisuca, do Centro de Engenharias e Ciências Exatas do campus de Foz do Iguaçu, esse tipo de parceria é importante para ampliar e fortalecer as relações empresariais e comunitárias da Universidade, atendendo demandas do mercado. "É uma oportunidade para os acadêmicos desenvolverem pesquisas aplicadas em suas áreas de conhecimento, gerando trabalhos de conclusão de curso, projetos de iniciação científica e tecnológica e, futuramente, suas próprias startups", afirma.
SEM PERDAS
Thomas Oehninger Ramos, bolsista de apoio técnico a pesquisa e inovação tecnológica pela Fundação Araucária, explica que no uso de trator para a aplicação de agroquímicos nas plantações, como agrotóxicos, pesticidas, praguicidas, inseticidas, fungicidas e fertilizantes, há perda de 2% a 4% do produto, dependendo do maquinário usado, além do amassamento da lavoura e do risco de contaminação do agricultor. "Com a aplicação por drone essa perda cai para zero", assegura Thomas, assinalando que o "drone evita o amassamento da cultura e também permite a pulverização com o tempo instável ou mesmo depois de um dia de chuva, o que seria impossível com um trator".
O bolsista ressalta que o projeto desenvolvido na Unioeste pode impactar em outras tecnologias de diferentes aplicações, a exemplo da inteligência artificial (AI), considerada tendência no segmento de Agronegócios. "As informações capturadas pelo drone podem gerar algoritmos para auxiliar a tomada de decisão do agricultor ou tomar pequenas decisões pelo próprio produtor", enfatiza Thomas, frisando que,"em média, por ciclo de produção, um produtor rural toma cerca de duas mil decisões".
O projeto do drone para pulverização agrícola envolve professores e estudantes de graduação e pós-graduação dos departamentos de Engenharia Agrícola da Unioeste, dos campus de Cascavel e de Foz do Iguaçu. "O desafio agora é divulgar essa tecnologia e capacitar os agricultores para utilizarem o equipamento, principalmente pequenos e médios produtores", conclui Thomas.
Vinculado à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Unioeste, o NIT atua como catalisador do desenvolvimento tecnológico e industrial, no extremo Oeste do Estado. Suas atividades se baseiam na transferência de tecnologia entre universidade e organizações empresariais, promovendo cooperação técnica e científica, a partir de pesquisas e desenvolvimento de novas tecnologias, softwares e sistemas de informações. (Foto: Divulgação)