Mulheres reagem e põem os homens no devido lugar
No primeiro semestre deste ano houve um crescimento substancial no número de registros de violência doméstica contra mulheres no Paraná, que saltou de 21.048 para 26.288 no comparativo com igual período do ano passado. O acréscimo foi de nada menos que 5.180 casos, o equivalente a 24,6%.
"Devemos olhar sempre de forma positiva esse aumento de denúncias", analisa a coordenadora das Delegacias da Mulher no Paraná, Márcia Rejane Vieira Marcondes. "Não podemos afirmar com esses dados que a violência aumentou. O que devemos ver é que estão reduzindo os casos de subnotificação, que são aqueles em que mulheres passam por várias agressões até fazerem uma denúncia", ressalta a delegada, apontando para uma mudança de comportamento das mulheres paranaenses, cada dia menos passivas à ação violenta dos homens, normalmente os próprios maridos.
Antes da Lei Maria da Penha, o agressor era encaminhado para lavratura de Termo Circunstanciado e acabava condenado a uma pena apenas pecuniária, mediante pagamento de cestas básicas. "Hoje, as mulheres têm falado mais e buscado mais ajuda, principalmente pelo fato de confiarem nos órgãos de proteção e na punição dos agressores", pondera Márcia, que tem mais de 20 anos de experiência na área.
SERVIÇO DISPONÍVEIS
Em todo o Paraná existem 20 Delegacias da Mulher, locais mais indicados para que vítimas de qualquer forma de violência doméstica possam buscar ajuda e orientação logo ao primeiro sinal de abuso.
Nas demais cidades, quem precisar denunciar qualquer tipo de abuso, casual ou recorrente, pode dirigir-se à Delegacia de Polícia Civil da localidade, ou ainda fazer a denúncia pelos números 181 ou 180. Já em casos de urgência e emergência, ou seja, no exato momento que a agressão esteja acontecendo, a orientação é que quem sofre, ou quem presencie o fato, ligue no 190, da Polícia Militar.