Trabalho infantil: Cascavel presente em concurso estadual
Foi encerrada nesta semana a etapa cascavelense do concurso"MPT na Escola - Resgate à Infância?, organizado pelo Ministério Público do Trabalho em todo o Estado e levado aos alunos do 4º ano do ensino fundamental das 34 escolas da rede de ensino do Município.
Os primeiros colocados foram Edikharla Martins dos Santos (Escola Prof.ª Ivone Varela dos Passos) na categoria Poesia, Antoni Ramon Bernardo (Escola Prof.ª Ivone Varela dos Passos) na categoria Música e Camila Gomes (Escola Prof.ª Dulce Andrade Siqueira Cunha - CAIC I) na categoria Desenho. Os três vão agora representar Cascavel na etapa estadual do concurso.
O coordenador pedagógico da Escola Municipal Dulce Andrade Siqueira Cunha - Caic I, Lucas Andrei Alves Teixeira, afirma que tudo o que foi trabalhado agregou no planejamento dos professores e o material de apoio encaminhado rendeu muitos elogios."Saber diferenciar trabalho infantil de atividade infantil é fundamental. Neste sentido, o projeto proporcionou ampla discussão em sala de aula e conscientizou alunos de seus direitos enquanto criança e futuramente adolescentes. Em contrapartida favoreceu a diferenciação da atividade infantil, lembrando que se faz necessária a colaboração em casa e nos ambientes frequentados pelo aluno, munindo nossas crianças de conhecimento para atuação em sociedade?, avalia.
A professora Eliane Kuche dos Santos, da Escola Aloys João Mann, diz que também pôde colher bons resultados com a turma a partir do tema trabalhado."As crianças tiveram a oportunidade de relatar fatos do cotidiano, em que observaram a triste realidade da exploração do trabalho infantil em ruas e esquinas de nossa cidade. Por outro lado, a turma pôde compreender e diferenciar o trabalho infantil do dever de auxiliar a família nos afazeres domésticos?, relata.
CENÁRIO PREOCUPANTE
Estatísticas apontam que há 152 milhões de crianças no mundo todo em trabalho infantil, e 10 milhões delas são vítimas de trabalho escravo. No Brasil, 2,7 milhões de crianças sofrem esse tipo de exploração, que causa prejuízos físicos mutilações e até mortes, além de prejuízos morais como sofrimento, sentimento de abandono, de indiferença, baixa autoestima, perda de referência de identificação, sujeição a abuso moral e sexual e desenvolvimento de transtornos de ansiedade, além de prejuízos sociais como atraso e evasão escolar, futura inserção desqualificada no mercado de trabalho, dificuldade na vivência das experiências da infância, marginalização, dificuldade de superação de barreiras sociais e perpetuação do ciclo da pobreza/miséria. (Foto: Secom)