Pracinha centenário é homenageado pela Acic
Mario Ferroni é um dos poucos pracinhas ainda vivos da Força Expedicionária Brasileira que na década de 1940 participou da Segunda Grande Guerra Mundial. Ferroni integrou grupamento comandado pelo general-de-divisão João Batista Mascarenhas de Morais, enviado à Europa para combater ao lado dos Aliados (França, Inglaterra, Estados Unidos e União Soviética). O conflito bélico foi travado contra os países do Eixo, formado por Alemanha, Itália e Japão. O pracinha, que chega aos 100 anos de vida, recebeu homenagem da Acic na manhã desta quarta-feira.
Natural de Campos Novos, interior de Santa Catarina, Mario Ferroni foi para o front com apenas 24 anos. A FEB atuou principalmente na batalha que levou à tomada do Monte Castelo, no Norte da Itália. O conflito foi um dos que contribuíram para colocar fim a um dos capítulos mais sangrentos da história da civilização. O que viu, ouviu e passou em terras europeias Mario transformou em livro, que conta momentos difíceis, de aflição e também de solidariedade. Devido a problemas de audição, o pracinha não se comunica, mas um vídeo exibido durante a homenagem apresentou alguns depoimentos do herói brasileiro.
Ferroni lembra com particular emoção da situação enfrentada por europeus, que amistosamente abordavam soldados aliados."Eles vinham muito bem vestidos, sapato engraxado e terno alinhado. Chegavam e, com uma educação comovedora, pediam um pouco de comida. Até as crianças repetiam o mesmo ritual. A fome foi um dos grandes vilões do conflito e também provocou baixas". O pracinha lembra com dor de situações de batalha, em que era preciso matar para não morrer. Em sua casa, o soldado ainda guarda recordações do front, como balas, projéteis e até um pedaço do solo do conflito mais letal do qual participou.
A HOMENAGEM
A homenagem a Mario Ferroni foi sugerida pelo diretor Nelson Casarotto, que conhece como poucos a história de vida do herói de guerra."Fico emocionado em perceber que homens como esse, tão valorosos, não pensaram duas vezes em dar a sua vida para defender os interesses do seu país e da sua família. Reconhecer e aplaudir é o mínimo que podemos fazer". O agropecuarista Luiz Frare, que é genro de Ferroni, também participou do reconhecimento público feito pela associação comercial."Ele, mesmo com dificuldades, confidenciou no caminho até aqui que ficou emocionado e muito agradecido com a lembrança de vocês". Casarotto e o vice-presidente da Acic, Genésio Pegoraro, entregaram uma placa e o livro dos 50 anos da entidade ao pracinha. (Foto: Assessoria Acic)