A árvore podre
J. J. Duran
No Brasil estamos acompanhando, atônitos, a mais completa inversão dos valores morais como se fosse um fato natural na vida republicana.
O cotidiano mostra a corrupção instalada em Brasília, que rouba a merenda das crianças - que vão à escola mais pela comida do que pelo aprendizado - e desvia parte das migalhas pagas pelo INSS sem uma punição exemplar.
Onde estão os mais de R$ 6 bilhões roubados de aposentados e pensionistas? O Congresso Nacional deveria estar atrás da resposta a esta pergunta, mas muitos de seus líderes estão claramente determinados a evitar a criação de uma CPI com os mecanismos necessários para esclarecer tudo tintim por tintim, doa a quem doer.
Tentar matar a República com planos golpistas elaborados por mentes caducas e alopradas ou fazer o roubo do século dá na mesma e passa a ideia de que muita coisa ruim ainda está por vir neste País.
E que fique claro que a sociedade é culpada por isso, pois elevou à condição de governantes uma geração de homens públicos reféns da corrupção sistêmica e organizada em cúpulas nas quais predomina o silêncio dos conchavos da podridão, bem ao estilo do que acontece com as grandes máfias.
No caso do INSS ainda não se tem claro se o Congresso cumprirá o seu papel investigador ou o caso não irá além das denúncias produzidas pela imprensa para clarear a verdade a uma sociedade que parece fadada a passar para a história como uma espécie de "fruto saído da árvore podre chamada Estado".
E árvore podre dá frutos fétidos. (Foto: Reprodução internet)
J. J. Duran é jornalista, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário de Cascavel e do Paraná